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MINHA CASA, MINHA VIDA


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Minha Casa, Minha Vida garantiu moradia digna a 10 milhões de brasileiros

A maioria dos beneficiados pelo programa foram famílias com renda de até R$ 1,8 mil

Lançado em 2009, o Minha Casa Minha Vida transformou o sonho da casa própria em realidade. O maior programa habitacional da história do Brasil, considerado pela ONU como “um exemplo para o mundo”, o Minha Casa, Minha Vida contratou 4,2 milhões de casas e apartamentos e entregou 2,7 milhões de imóveis em todo o país até abril de 2016, último mês de governo da presidenta Dilma Rousseff. Os 10 milhões de brasileiros beneficiados só com as casas entregues até 2016 é o equivalente à soma de toda a população das cidades do Rio de Janeiro e de Salvador. Praticamente metade dessas moradias atendeu famílias com renda de até R$ 1,8 mil, a chamada Faixa 1 do programa. Isso só foi possível porque os governos petistas reconheceram que parte expressiva da população não consegue acessar um financiamento tradicional nos bancos. E subsidiou essas habitações.

Com o programa, o Estado garantiu moradia para quem mais precisava – e, ao mesmo tempo, aqueceu o comércio e a indústria, gerando emprego e renda, transformando o que era sonho em cidadania, desenvolvimento e dignidade.

Maior programa habitacional da história é fruto de diálogo entre governo federal e movimentos sociais

Parceria inédita envolvendo diversos órgãos e entidades realizou sonho da casa própria de milhões de pessoas

Um programa habitacional do porte e nos moldes do Minha Casa, Minha Vida, bandeira histórica dos movimentos sociais, não surge do nada. Ele é fruto do diálogo entre os governos do PT e entidades representativas da luta pela moradia, como União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Central de Movimentos Populares (CMP), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam).

Quando o presidente Lula anunciou a meta de contratar 1 milhão de moradias até 2010, a torcida do contra gritou: impossível! Parecia mesmo impossível, num país que há muitos anos não investia um centavo em programas habitacionais. “A única coisa impossível é Deus pecar”, respondeu Lula.

E o Brasil chegou a abril de 2016 com 2,7 milhões de casas e apartamentos entregues – 2,7 milhões de sonhos realizados, além de outros 1,7 milhão em construção, numa parceria inédita entre União, estados, municípios, movimentos sociais e iniciativa privada pelo direito à moradia.

Até abril de 2016, governo federal entregou 2,7 milhões de casas e apartamentos. | Foto: Ricardo Stuckert

Até abril de 2016, governo federal entregou 2,7 milhões de casas e apartamentos. | Foto: Ricardo Stuckert

Lula fala sobre MCMV superar expectativas

Mais vantagens para quem tem menos

Programa reconhecido mundialmente ofereceu subsídios distintos para famílias com rendas distintas

A casa é o nosso porto seguro. É onde criamos os filhos, recebemos os amigos, passamos as horas mais felizes do dia. A casa é um direito de todos, mas nem todos têm condições de comprar ou construir a sua, ainda que lutem a vida inteira. Foi para esses brasileiros que Lula criou o Minha Casa, Minha Vida.

O programa foi concebido para atender diferentes faixas de renda, com foco na população que mais precisa. Dessa forma, quanto menor o poder aquisitivo, maior o subsídio do governo para a aquisição da moradia. Na fase inicial, os beneficiários dividiam-se entre as faixas 1 (até R$ 1.395), 2 (de R$ 1.395 a R$ 2.790) e 3 (de R$ 2.790 a R$ 4.650) - tais limites de renda foram ajustados ao longo do tempo. A faixa 1 contemplava a população de mais baixa renda. Nessa faixa, os beneficiários não pagavam juros e o governo subsidiava cerca de 90% do valor das moradias - o que demonstra a prioridade e o caráter distributivo do programa.

Na faixa 2, o subsídio era concedido de forma inversamente proporcional à renda. Para as famílias da faixa 3, o benefício concedido era a redução da taxa de juros do financiamento habitacional.

Criado para atender quem mais precisa, MCMV beneficiou pessoas com diversas faixas de renda. | Foto: EBC

Criado para atender quem mais precisa, MCMV beneficiou pessoas com diversas faixas de renda. | Foto: EBC

Prestação que cabe no bolso

Beneficiários do programa habitacional gastavam mais com despesas como luz e água que com prestação do imóvel

Pesquisa realizada em 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelou que a prestação do imóvel do Minha Casa, Minha Vida era menor do que os gastos dos beneficiários com despesas de luz, água, gás e condomínio. Essas contas totalizaram, em média, R$ 105,35, enquanto as prestações para os beneficiários com renda de até R$ 1,8 mil estavam em torno de R$ 64,96. Os números provam que o programa era de fato acessível à população mais pobre.

Casa nova, vida nova e melhor

Em pesquisa realizada pelo IPEA, famílias demonstraram satisfação com casas

Sabe aquela história: “o jardim do vizinho é sempre mais bonito do que o meu”? Pois ela não vale para o Minha Casa, Minha Vida. Cada família afirma que a sua casa é a mais bonita de toda a vizinhança. E mais: numa escala de 0 a 10, os beneficiários do programa dão nota 8,8 para o item “satisfação com a moradia” e 8,6 para “melhoria na qualidade de vida”. A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a partir de uma amostra com 7.620 moradores de 324 empreendimentos localizados em 187 municípios do país.

Presidenta Dilma em entrega de casas à famílias beneficiadas pelo MCMV. | Foto: Roberto Stuckert

Presidenta Dilma em entrega de casas à famílias beneficiadas pelo MCMV. | Foto: Roberto Stuckert

Fonte SIPS/IPEA 2013

Fonte SIPS/IPEA 2013

Com as próprias mãos

Até abril de 2016, MCMV Entidades contratou mais de 62 mil casas em todo Brasil

Outra importante inovação do programa é o Minha Casa, Minha Vida - Entidades, criado com o objetivo de permitir às famílias organizadas em cooperativas, entidades privadas sem fins lucrativos e associações urbanas, atuarem como entidades promotoras/organizadoras nos programas habitacionais de interesse social, o que fortalece as práticas de cidadania. Nesta modalidade, as entidades populares reforçam os processos de educação e organização popular, tão importantes quanto a construção das moradias.

Dirigido a famílias de renda familiar mensal bruta de até R$ 1,8 mil, o Minha Casa, Minha Vida - Entidades contratou, até abril de 2016, 62.028 casas em todas as regiões do Brasil, das quais 16.669 já foram entregues. Entre 2016 e 2019, o número de contratações nessa modalidade caiu para 18 mil, uma redução de 47% em relação à média anual dos primeiros 7 anos do programa.

MCMV Entidades reforçou moradia como direito social. | Foto: Roberto Stuckert

MCMV Entidades reforçou moradia como direito social. | Foto: Roberto Stuckert

Dilma discursa na abertura da 5ª Conferência Nacional das Cidades

Impacto econômico e social


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Programa gera 2,5 milhões de empregos e aquece cadeia produtiva da construção

A cada R$ 1 milhão investido no MCMV, mais de 80 salários mínimos eram pagos

Além de contribuir para a redução do déficit habitacional e ajudar a combater as desigualdades sociais, o Minha Casa, Minha Vida apoiou a geração de emprego e renda, com resultados positivos para a economia como um todo. Com investimento de R$ 308 bilhões até dezembro de 2015, o Minha Casa, Minha Vida criou cerca de 2,5 milhões de postos de trabalho.

Cada R$ 1 milhão investido no programa pagava mais de 80 salários mínimos e gerava renda adicional de R$ 744 mil, de forma direta e indireta, na construção civil e outros setores. É a lógica dos governos Lula e Dilma: investir no bem-estar das famílias mais pobres é gerar ganhos e benefícios para todos os brasileiros.

Até na crise internacional de 2008, o programa foi importante pela quantidade de empregos gerados, equivalentes a 385 mil postos de trabalho ao ano, em média. Era mais uma resposta do governo Lula às ameaças constantes da crise. Ao longo de todo o período entre 2009 e 2018, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estima que as contratações do programa Minha Casa, Minha Vida tenham gerado 3,5 milhões de empregos.

Conjuntos habitacionais impulsionaram construção civil em todas as regiões do país. | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Conjuntos habitacionais impulsionaram construção civil em todas as regiões do país. | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Beneficiária ganha emprego em obra na sua comunidade

Programa construiu mais de 1/4 das novas moradias do país em 2012

Áreas como a de materiais de construção e serviços também foram impulsionadas pelo MCMV

O Minha Casa, Minha Vida foi um dos principais responsáveis pelo ótimo momento que viveu a construção civil brasileira. O programa construiu mais de ¼ do total das moradias do Brasil em 2012. O Minha Casa, Minha Vida também colaborou para o desenvolvimento de diversas áreas que movimentam a economia, como a de materiais de construção e serviços, que alcançou R$ 9,2 bilhões no primeiro semestre de 2013.

Moradia e empoderamento: pela casa e pela vida das mulheres

Medida implementada pelo governo Dilma deu preferência às mulheres na entrega dos imóveis

Em 2013, durante o II Chamado dos Povos da Floresta, o governo Dilma anunciou investimentos de R$ 712 milhões até 2016 para Uma das mudanças mais significativas realizadas no programa MCMV pelo governo Dilma Rousseff foi a Medida Provisória 561, publicada no dia 8 de março de 2012, Dia Internacional da Mulher.

A MP consolidava a proposta apresentada desde o início do programa, de dar preferência às mulheres tanto na entrega do imóvel quanto na assinatura da escritura. Mas não só isso. Em caso de separação, num ato que tinha também o viés de correção histórica, a moradia fica preferencialmente com as mães, donas de casa e tutoras da família.

De acordo com o texto da MP, “nas hipóteses de dissolução de união estável, separação ou divórcio, o título de propriedade do imóvel adquirido no âmbito do PMCMV, na constância do casamento ou da união estável, com subvenções oriundas de recursos do Orçamento-Geral da União, do FAR e do FDS será registrado em nome da mulher ou a ela transferido, independentemente do regime de bens aplicável”.

MCMV privilegiou mulheres chefes de família como beneficiárias do programa. | Foto: Carlos Gibaja/Governo do Ceará

MCMV privilegiou mulheres chefes de família como beneficiárias do programa. | Foto: Carlos Gibaja/Governo do Ceará

Infraestrutura urbana


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Infraestrutura urbana: prioridade para o Minha Casa, Minha Vida

Programa habitacional contemplou acesso a equipamentos e serviços públicos

Moradia digna não se resume a um apartamento ou casa confortável para abrigar a família. É preciso que sejam garantidos muitos outros direitos no entorno da residência para que se possa realmente morar e viver bem. Os governos Lula e Dilma sempre tiveram esta compreensão e foram aperfeiçoando ano a ano, projeto a projeto, o programa Minha Casa, Minha Vida para atender melhor as populações de baixa renda. Para os governos do PT, moradia digna significa acesso a equipamentos e serviços públicos além de uma infraestrutura urbana de qualidade, com calçamento, esgotamento sanitário, água potável, energia elétrica, além do acesso ao lazer. Esses são componentes indispensáveis à implantação dos empreendimentos e importante contrapartida das prefeituras e governos estaduais.

Durante muitos anos no Brasil, os projetos habitacionais financiados com dinheiro público ergueram verdadeiros caixotes de cimento. Viver nestes apartamentos era sinônimo de desconforto, falta de privacidade e provações.

Além do mais, eles eram completamente homogêneos, não permitiam aos moradores dar àqueles espaços a sua própria cara, o jeitinho especial que cada um de nós quer imprimir ao lugar onde mora. Mas a maior parte dos projetos do Minha Casa, Minha Vida tem essa preocupação. Daí surgiram jardins, quintais, terraços e varandas. São ambientes em que as famílias cultivam seu cantinho particular e que, no fundo, ajudam a transformar a moradia em lar.

Projetos incluem calçamento, faixas de pedestre, sinalização, saneamento básico, acesso à agua, energia elétrica, lazer, equipamentos comunitários. | Foto: Divulgação/PAC

Projetos incluem calçamento, faixas de pedestre, sinalização, saneamento básico, acesso à agua, energia elétrica, lazer, equipamentos comunitários. | Foto: Divulgação/PAC

O programa Minha Casa, Minha Vida reserva 3% das moradias para idosos e 3% para as pessoas com deficiência, em casas ou apartamentos térreos equipados com kits de acessibilidade específicos à deficiência.

Espaços de lazer para crianças e idosos

Além de áreas de lazer, projetos do MCMV priorizam idosos para imóveis no térreo

Para muita gente, os espaços de lazer estão associados a condomínios inacessíveis para a maioria dos brasileiros. Mas o programa Minha Casa, Minha Vida democratizou também o acesso ao lazer dos beneficiados. É verdade que muitos projetos não têm terreno suficiente para uma ampla área de lazer, mas sempre que as condições são favoráveis há a previsão de construção de parquinhos para crianças, espaços de jogos para idosos, pistas de cooper e ciclismo. A acessibilidade também é uma prioridade, especialmente para atender às pessoas de mais idade e àquelas que possuem algum tipo de deficiência. Os idosos, por exemplo, têm preferência para ficar com os imóveis do nível térreo dos prédios do Minha Casa Minha Vida.

Parquinhos com brinquedos são um dos principais atrativos para as crianças das famílias beneficiadas pelo programa. | Foto: Prefeitura de Fortaleza

Parquinhos com brinquedos são um dos principais atrativos para as crianças das famílias beneficiadas pelo programa. | Foto: Prefeitura de Fortaleza

Minha casa, melhor


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Crédito facilitado para compra de móveis e eletrodomésticos injetou R$ 3,2 bilhões na economia

Mais de 600 mil famílias foram beneficiadas pelo Minha Casa Melhor em dois anos

Um sonho puxa o outro. Quem entra pela primeira vez em casa e vê tudo novinho em folha, logo sonha em enchê-la de coisas bonitas. Para realizar este segundo sonho, o governo federal lançou o Minha Casa Melhor, em junho de 2013.

O Minha Casa Melhor foi uma linha de crédito da Caixa Econômica Federal direcionada aos beneficiários do Minha Casa Minha Vida. Cada família que estivesse em dia com as parcelas de seu imóvel podia financiar a compra de móveis e eletrodomésticos (cama, mesa, fogão, geladeira, micro-ondas, televisão e tablet, entre outros) com juros subsidiados pelo governo federal de 5% ao ano.

O sucesso foi tão grande que, em menos de dois anos, 640 mil famílias injetaram nada menos que R$ 3,2 bilhões na economia do país. Ou seja: além de mais conforto para os beneficiários, o Minha Casa Melhor ajudaram aquecer a indústria e o comércio.

Beneficiários do Minha Casa, Minha Vida conseguiram adquirir fogão, geladeira e TV com as facilidades de crédito do Minha Casa Melhor. | Foto: Roberto Stuckert

Beneficiários do Minha Casa, Minha Vida conseguiram adquirir fogão, geladeira e TV com as facilidades de crédito do Minha Casa Melhor. | Foto: Roberto Stuckert

Um novo significado para o direito à moradia

Com cartão, beneficiários do programa podiam fazer compras em lojas credenciadas e ainda ganhavam desconto

Com o Minha Casa Melhor, o direito à moradia ganhou um novo significado, passando a compreender também o acesso ao conforto e à praticidade da vida moderna. Todo mundo sabe o tempo que economiza introduzindo uma máquina de lavar ou um microondas nas tarefas do dia a dia. O trabalho da escola das crianças fica melhor num computador de mesa ou notebook. Reunir a família para ver um filme ou a nova novela fica ainda mais prazeroso na tela de uma televisão digital. Sem contar a alegria de ter a casa nova e os móveis novos. Além disso, o programa também possibilitou um impulso à economia da região, aos lojistas e fabricantes de móveis e eletrodomésticos, que vendem mais e contratam cada vez mais trabalhadores, gerando mais empregos e renda.

Após receber o cartão em casa, as compras podiam ser feitas em mais de 27 mil lojas credenciadas, e as lojas firmaram um compromisso de dar, no mínimo, um desconto de 5%.

Minha Casa Melhor beneficia mais de 400 mil famílias

Minha casa, minha vida rural


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Fortalecendo o vínculo com a terra: 190 mil casas contratadas e mais de 130 mil entregues no campo até 2016

Meta do programa era contratar 60 mil moradias até 2014; um ano antes, já tinha 116 mil casas contratadas

A maioria vivia em casas de taipa, quase sem proteção contra o frio e a chuva. Graças ao Minha Casa, Minha Vida Rural, 130 mil famílias passaram a morar com muito mais conforto em casas novinhas em folha ou totalmente reformadas, com piso cerâmico, azulejo, água e luz. A meta era contratar 60 mil moradias até o final de 2014, mas o programa fechou 2013 com 116 mil casas contratadas em todas as regiões do Brasil, beneficiando agricultores familiares, assentados da reforma agrária, trabalhadores rurais, pescadores artesanais, silvicultores, aquicultores, maricultores, piscicultores, extrativistas, comunidades quilombolas e povos indígenas.ntíficas para que se possa traçar uma estratégia que minimize os custos sócio-econômicos de adaptação do País.

Agricultores familiares, assentados, trabalhadores rurais foram alguns dos beneficiados pelo programa | Foto: Prefeitura de Bonfinópolis (MG)

Agricultores familiares, assentados, trabalhadores rurais foram alguns dos beneficiados pelo programa | Foto: Prefeitura de Bonfinópolis (MG)

Vencendo dificuldades de acesso

Programa possibilitou o sonho da casa própria até mesmo em locais mais longínquos

O Minha Casa, Minha Vida Rural vai aonde nenhum outro programa habitacional chegou. Muitas vezes, é preciso abrir estrada ou atravessar rios para levar o material de construção até seu destino. Mas é um esforço que vale a pena. Se não fosse o programa, a maioria dos beneficiados das áreas rurais não teria como construir ou reformar sua moradia. Muitas vezes, o agricultor faz o financiamento, compra o material e constrói a casa com as próprias mãos e com a ajuda dos amigos, parentes e vizinhos. Graças a essa mão de obra solidária, economiza dinheiro para construir uma casa ainda maior e melhor.

Foto: Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar

Foto: Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar

Como funciona

Programa previa construções diferentes para atender públicos distintos

A construção das casas varia de acordo com especificidades culturais e de clima. Há diferenças nas habitações para comunidades indígenas e quilombolas, por exemplo. Para acessar os recursos, as famílias procuram a prefeitura, o governo do estado ou uma entidade organizadora (associação, cooperativa ou outra modalidade de organização). Essa entidade ficava responsável pela elaboração dos projetos e a intermediação entre as famílias e as instituições financiadoras, como Caixa e Banco do Brasil. As famílias beneficiadas recebiam ainda capacitação técnica e orientação sobre gestão da propriedade rural, cooperativismo, participação da mulher na gestão da propriedade e ações que visem à permanência do jovem no campo.

Minha Casa Minha Vida Rural

Condições de financiamento

Crédito para construção ou reforma tinha valores que variavam por região do País

Na zona rural, o Minha Casa, Minha Vida aplicou regras um pouco diferentes, e que foram reajustadas ao longo do tempo: o crédito para construção ou reforma era inicialmente de até R$ 30,5 mil para a região Norte (por causa das longas distâncias) e o semiárido (para garantir a construção de cisterna) e de até R$ 28,5 mil para o restante do país, e que chegou a R$ 36,6 mil, em 2016. As famílias com renda anual de até R$ 15 mil por ano (R$ 17 mil em 2016) pagavam apenas 4% do valor do empréstimo, em quatro parcelas anuais. Famílias com renda entre R$ 15 mil e R$ 30 mil por ano (R$ 17 mil e R$ 33 mil em 2016) têm subsídio de R$ 7.610, valor que aumentou para R$ 9,5, mil em 2016). As que ganham entre R$ 30 mil e R$ 60 mil por ano (R$ 33 mil e R$ 78 mil em 2016) têm acesso a juro subsidiado e subsídio da taxa de risco de R$ 4.500.

Desmonte


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Após o golpe, governos excluíram os mais pobres

Jair Bolsonaro acabou com o MCMV e acabou com os benefícios para a Faixa 1 do programa

O golpe contra a presidenta Dilma Rousseff não demorou a mostrar a que veio e foi mortal para o MCMV em sua forma original. A Faixa 1, que atendia as famílias mais pobres, foi sendo abandonada. Como resultado, do total de moradias para as famílias mais vulneráveis entre 2009 e 2020 no MCMV, 91% foram contratadas nos governos do PT. Michel Temer reduziu progressivamente os recursos do Orçamento da União (OGU) destinados ao MCMV. Em 2020, Bolsonaro lançou o Casa Verde Amarela que, na prática, extingue o MCMV ao alterar o perfil dos investimentos e passar a operar basicamente com o subsídio do FGTS. No novo programa, a Faixa 1, que não tinha juros e contava com um subsídio maior, condições mais facilitadas, de modo a contemplar as famílias com renda de até R$ 1,8 mil, simplesmente deixou de existir. Na prática, o Programa Casa Verde Amarela é uma nova marca fantasia, utilizada por Bolsonaro para entregar moradias para famílias de baixa renda em empreendimentos habitacionais em sua maioria contratados ainda no governo Dilma.

Evolução de contratações do Minha Casa Minha Vida por faixa de renda Percentual de unidades contratadas por faixa de renda

Por que Lula e Dilma não deixaram a construção de casas e apartamentos por conta da iniciativa privada, que tem experiência e é mais eficiente do que o Estado?

A questão habitacional requer experiências complementares. As empresas privadas são de fato eficientes, mas visam exclusivamente o lucro; logo, estão acostumadas a construir para quem pode pagar. Ao Estado, cabe garantir moradia digna para as famílias de baixa renda, que, sem os subsídios do Minha Casa, Minha Vida, continuariam vivendo de forma precária. O programa é resultado da sólida parceria entre o Estado e a iniciativa privada, além de governos estaduais, municipais e movimentos sociais. Uma parceria vitoriosa, que foi responsável por um terço de todas as moradias construídas no Brasil em 2013.

O Minha Casa, Minha Vida é uma obra de caridade, paga com os impostos de quem nem se beneficia do programa?

Não. Garantir o direito à moradia é dever do Estado. Além disso, o Minha Casa, Minha Vida beneficia não apenas às famílias de baixa renda, mas à sociedade como um todo, fazendo girar a roda da economia. Uma das maiores inovações do Minha Casa Minha Vida foi transformar “carência” em demanda, por meio da inserção no mercado, de grande segmento até então abaixo da chamada “linha do financiamento”. Isso fez surgir um nicho de mercado para as construtoras, que puderam passar a construir imóveis para esse segmento social. Assim, o programa gerou duplo impacto – social e econômico. Atendendo um segmento que responde por mais de 90% do déficit habitacional do País, gerando 1,3 milhão de empregos diretos nas obras das moradias, estimulando a construção civil e aquecendo outros setores importantes, como os da indústria e comércio de materiais de construção. Entre 2009 e 2013, o programa injetou R$ 63 bilhões na economia, dos quais R$ 37,55 bilhões somente no setor da construção civil.

Logo no lançamento do Minha Casa, Minha Vida, em 2009, alguns analistas disseram que não iria adiantar, porque o déficit habitacional brasileiro era muito superior às metas do programa. O déficit reduziu bastante com o programa, mas continua alto (5,24 milhões de moradias em 2012, segundo estudo do Ipea). Adianta ou não adianta?

Imagina se todos os presidentes pensassem dessa forma! Ninguém faria nada porque sozinho não resolveria coisa alguma, e 5,6 milhões de beneficiários do programa continuariam vivendo de forma precária. Se cada um dos governos anteriores e posteriores a Lula e Dilma tivessem feito sua parte, todos os brasileiros estariam hoje morando com muito mais qualidade de vida. Mas, no que depender dos governos do PT, esse objetivo é mais um a ser conquistado.

Urbanistas também fizeram várias críticas, por ocasião do lançamento do Programa. Afirmaram, por exemplo, que o governo federal iria reproduzir um modelo de desenvolvimento urbano fracassado, “construindo um montão de casas sem cidade, sem infraestrutura, sem emprego”. Isso aconteceu de fato?

Críticas são bem-vindas e contribuem para o aperfeiçoamento das políticas públicas. Os governos Lula e Dilma sempre tiveram a compreensão de que morar e viver bem exige mais do que a construção de moradias. É preciso garantir outros direitos, como acesso a calçamento, esgotamento sanitário, água potável, energia elétrica e transporte público. Para enquadrar os empreendimentos no Programa, o governo federal exige a contratação de soluções para infraestrutura: abastecimento de água, esgotamento sanitário, pavimentação, energia elétrica, iluminação pública e coleta de resíduos sólidos. Essas soluções são financiáveis com recursos do Programa, o que contribui para tornar viáveis empreendimentos mesmo em municípios com pouca capacidade de investimento em infraestrutura urbana. Com relação à suposta ausência da geração de empregos, os governos Lula e Dilma criaram 19 milhões em dez anos, 1,3 milhão dos quais com as obras do Minha Casa Minha Vida.

Os obstáculos ainda são muitos. Os terrenos nas grandes cidades, por exemplo, devem ficar cada vez mais caros. O governo federal tem condições de contorná-las e levar o programa adiante?

Quando do lançamento do Minha Casa, Minha Vida, até mesmo setores da construção civil, acostumados com a falta de políticas habitacionais dos governos anteriores, duvidaram do cumprimento da meta inicial (1 milhão de moradias). O governo Lula estava começando praticamente do zero e as dificuldades eram inúmeras. Mas a meta foi cumprida e ampliada, e a indústria da construção civil tornou-se uma grande entusiasta e parceira do Minha Casa, Minha Vida, juntamente com governos estaduais, prefeituras e movimentos sociais.

O governo coloca para morar em apartamento gente acostumada a viver em casas, ainda que precárias. Como algo assim pode dar certo?

Os apartamentos representam um terço dos imóveis contratados pelo Minha Casa Minha Vida. E viver em condomínios é de fato uma novidade para grande parte dos beneficiários. Mas é um desafio que eles têm superado com muito entusiasmo. O governo federal definiu que os estados ou municípios contratariam uma empresa especializada em gestão condominial trinta dias antes da entrega dos imóveis. O contrato é realizado com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e terá vigência de no mínimo doze meses. O objetivo é que a empresa desenvolva um trabalho pedagógico com os moradores para ensinar as diretrizes das atividades que devem ser desenvolvidas nos condomínios, tais como escolha do síndico, gestões contábeis, administração, entre outros. As iniciativas são complementares às atividades sociais que já são desenvolvidas pelos municípios para dar condições aos moradores de fazer uma gestão adequada dos empreendimentos com maior sustentabilidade.

Alguns itens financiáveis pelo programa Minha Casa Melhor são realmente úteis, como mesa, cama e guarda-roupa. Mas para que os pobres precisam de máquina de lavar roupa, forno de micro-ondas, tevê digital e até tablet?

Pelos mesmos motivos das outras pessoas: para facilitar as tarefas do dia a dia, para otimizar o tempo, por comodidade ou mesmo para a diversão – o que é um direito de todos. O que o programa faz é tornar esses bens acessíveis a quem teria dificuldade em comprá-los sem condições especiais de financiamento. E o resultado é bom para todos: para quem compra, para quem vende e para quem fabrica.