Desde que foram iniciados os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, em 2012, os brasileiros puderam finalmente entrar em contato com algumas feridas ainda não curadas de sua história.
Entre elas, o atentado do Riocentro, na noite de 30 de abril de 1981, quando mais de 20 mil pessoas assistiam a um show com os principais nomes da música popular brasileira. Uma tragédia de grandes proporções só não aconteceu porque a bomba que seria usada no atentado explodiu antes da hora, matando dois agentes da ditadura que estavam no interior de um carro próximo à casa de shows. Uma segunda bomba explodiu no interior do Riocentro, na miniestação elétrica responsável pelo fornecimento de energia do local, sem deixar vítimas.
Segundo o relatório da Comissão, “as explosões no Riocentro foram fruto de um minucioso e planejado trabalho de equipe, que contou com a participação de militares”. Durante anos, aponta o documento, os envolvidos no episódio tentaram atribuir a ação terrorista a grupos de resistência à ditadura militar, mas a versão não se sustentou devido à falta de provas, incoerências e contradições. Por fim, o relatório da Comissão afirma que o objetivo do atentado era retardar o processo de abertura política já em curso no país.
Leia aqui o relatório “O caso Riocentro: terrorismo de Estado contra a população brasileira”. [1]